Gol reforça compromisso com trade após Chapter 11: "55% das vendas" 413t22
Companhia trabalha em várias frentes, incluindo ajustes operacionais e retomada de campanhas de marketing

A Gol Linhas Aéreas começou a viver um momento de reorganização estratégica e consolidação após saída do processo de Chapter 11 nos Estados Unidos. A companhia trabalha em várias frentes, incluindo ajustes operacionais, retomada de campanhas de marketing, reaproximação com a Boeing e maior segmentação de público para ampliar fidelidade e diferenciação no mercado.
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Para começar, a Gol vai reforçar seu compromisso com o trade, que hoje responde por 55% do volume de vendas, enquanto os canais diretos ficam com 45%, com ênfase em tecnologia e posicionamento estratégico. É o que diz Mateus Pongeluppi, vice-presidente comercial da Gol, em entrevista ao Portal PANROTAS.
“O trade é essencial. A mensagem não é só da Gol, mas de toda a indústria: o canal indireto é parte fundamental no crescimento do setor. Num cenário de estabilidade, dá para discutir detalhes entre canais. Mas quando você está crescendo, precisa do trade inteiro. Um trade só não basta. Vamos trabalhar mais próximos do B2B porque queremos, porque acreditamos nisso e porque faz parte do plano de longo prazo da companhia"
Mateus Pongeluppi, vice-presidente comercial da Gol
O foco, segundo Pongeluppi, é ter uma posição forte e estável nas regiões desenhadas como prioritárias, com rentabilidade e preferência do consumidor. “Não queremos ser líder de mercado. Queremos nossos clientes felizes. Isso não significa servir o que ele gosta, mas entregar o que ele espera — e comunicar isso muito bem”, destacou o vice-presidente comercial da Gol.

Com atenção aos nichos certos, a empresa quer reinvestir na operação, bonificar times e resgatar o básico: bom serviço e conexão real com o consumidor. “Quero me diferenciar no meu cliente e na minha geografia. Não quero entrar em uma briga onde todo mundo já está brigando”, destacou Mateus.
Outro pilar da estratégia da Gol é o relançamento da presença de marca. Segundo Pongeluppi, desde 2019 a companhia não faz uma campanha institucional robusta. Segundo ele, é hora de voltar a mostrar a cara.
"Estamos olhando para o produto, vendo que tipo de ajustes podemos fazer sem mudar o direcionamento, mas focando em fidelizar mais. Queremos que o cliente de alto valor se sinta em casa com uma proposta diferenciada. A ideia é segmentar melhor dentro do avião, fortalecer o programa de fidelidade e oferecer experiências personalizadas"
Mateus Pongeluppi, vice-presidente comercial da Gol
Na frente operacional, a relação com a Boeing ganhou novo fôlego. A Gol já recebeu quatro novas aeronaves MAX neste ano, totalizando 104 em operação atualmente, com perspectiva de encerrar 2025 com até 118 aeronaves em operação. “A relação melhorou muito. Tivemos um acordo de saída, e há cerca de um mês fomos positivamente surpreendidos com um cronograma recomposto”, disse Mateus.
Companhia vai reforçar imagem sem perder a identidade 1j2cu

A Gol vive um novo momento em sua trajetória, marcado por estabilidade e valorização interna. Segundo Mateus Pongeluppi, a companhia está em nova fase, na qual a tripulação se sente reconhecida e recompensada, refletindo um clima mais positivo e alinhado ao processo de retomada e crescimento sustentável.
Apesar da relevância da empresa no mercado, a percepção do público ainda varia muito. “Tem ageiro que entra no site da Gol procurando voo para a Rússia, e outro que acha que somos uma empresa regional”, relata Pongeluppi. Essa multiplicidade de visões revela um desafio importante: reposicionar a marca de forma clara para todos os perfis de viajantes.
Nesse contexto, a companhia trabalha para reforçar sua imagem como uma empresa nacional com presença ampliada, sem abrir mão de sua identidade. “Precisamos trabalhar essa percepção. Mostrar que estamos expandindo, mas sem que o ageiro veja isso como algo negativo. A ideia não é tirar o que ele gosta, e sim adicionar novas opções”, conclui o executivo.